O que é animismo?
*trecho retirado do livro Casa de Axé, de Daisy Mutti e Lizete Chaves
A palavra animismo vem do latim animus, que significa “alma, vida”. O animismo faz parte do contexto da mediunidade; é a manifestação da alma do médium nas comunicações dos desencarnados.
O papel do médium é ser o intermediário entre os mundos físico e extrafísico; entretanto, essa intermediação não é passiva ou sem ação, como se o medianeiro fosse um objeto que somente transmite aquilo que recebe, por mais que o médium queira ou tente ser. Bem ao contrário, ele é um ser pensante, dotado de livre-arbítrio, inteligência e moral, possui uma história com derrotas, vitórias e conhecimentos que adquiriu ao longo de sua existência. A todos esses fatores, e outros mais, o médium, naturalmente, ao receber uma mensagem do Além, seja na forma de psicografia ou psicofonia, acaba “retocando”, ou seja, colocando um pouco de si.
O que seria “colocar um pouco de si”?
Não há fenômeno puramente mediúnico, dado termos consciência ou semiconsciência mediúnica. O médium, ao receber o pensamento da entidade, decodifica-o e repassa-o em linguagem articulada, com suas próprias palavras. Em sua origem, a mensagem em linguagem-pensamento era, por exemplo, de puro amor e, ao transmiti-la, o medianeiro pode expressá-la com mais severidade ou autoridade. Percebe-se que, ao repassar a mensagem, a comunicação sofre alguma alteração, porque não há fenômeno mediúnico sem participação anímica.
Ser anímico é bom ou ruim?
Como o animismo vem da alma e não se pode excluir algo que é do próprio encarnado, não se pode classificá-lo como bom ou ruim, mas sim controlá-lo ou conduzi-lo para que o médium seja mais ou menos anímico conforme a necessidade do momento.
Poderia explicar melhor o porquê da necessidade do momento para o médium ser mais ou menos anímico?
O grau de animismo depende se ele for acompanhado ou não do componente mediúnico. Tomemos, por exemplo, um médium atuando sem este componente, em um trabalho de desobsessão com a técnica de apometria: o médium em desdobramento consciente é projetado, pela contagem lenta de pulsos energéticos, à residência do consulente para relatar ao grupo o que está vendo, sentindo ou percebendo. Após breve observação, repassa as informações. A descrição se dá através daquilo que ele percebe embasado no conhecimento que adquiriu por meio de estudos sobre espiritualidade, energia etc. Então, relata o que viu: tipos vibratórios de desencarnados que se encontram naquele lar, formas-pensamentos, miasmas, campos de magia, e quais foram suas sensações frente às energias com as quais se deparou. Este relato é classificado como fenômeno anímico puro.
Se um médium, neste mesmo trabalho de desobsessão, incorporar um sofredor que está ligado ao consulente, sentirá as dores, a aflição e o trauma do espírito. Ele expressará seu sentimento de tristeza, raiva e dor, transmitindo da maneira mais fiel possível essas impressões. Por ser um fenômeno mediúnico-anímico, o médium, por ressonância interna, poderá ou não intensificar o sofrimento na manifestação.
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