O médium iniciante na Umbanda - Parte I
A Umbanda não é uma religião de conversão, que busca cooptar adeptos para sua doutrina. É impossível encontrarmos uma genuína entidade que faça parte do movimento umbandista no Plano Astral dizer que esta ou aquela religião é a mais verdadeira, muito menos exigir que se deva entrar numa determinada confissão religiosa, culto, igreja, doutrina ou seita. O caráter respeitoso se encontra em todos os terreiros e podemos verificar isso na assistência à diversidade e à mistura, com todos juntos, sentados lado a lado, democraticamente. A premissa de abordagem religiosa umbandista parte do pressuposto de aceitação incondicional da fé do consulente, daí direcionando-o à compreensão das leis cósmicas, que valem para todas as religiões da Terra.
O trânsito inter-religioso no universo dos terreiros é intenso. Muitos saberes circulam desde a assistência, a parte de fora, até os médiuns incorporados com seus guias, a parte de dentro, e destes que pedem ajuda para outras comunidades, num saudável encontro ecumênico, convergente e universalista. Neste ir e vir, alguns vão ficando, tornando-se assíduos na frequência, escutando palestra, ouvindo os aconselhamentos, recebendo os passes magnéticos.
Há uma parcela que recebe um chamamento de seu interior, seja por uma forte emoção de sentir no âmago de suas almas “aqui é o meu lugar”, seja por serem médiuns e virem irromper abruptamente os canais de comunicação com o mundo dos espíritos. Esse é o público eletivo que se fixa nos terreiros, uma minoria, se comparado à multidão que só busca a Umbanda em seus momentos de sofrimento, para apaziguar seus psiquismos, cicatrizar chagas e nunca mais aparecer, ou, ao menos, até uma próxima oportunidade de auxílio, podendo continuar em suas igrejas, centros espíritas ou filosofias de livre escolha, sejam elas quais forem, não importando à Umbanda suas procedências, mas o melhoramento que cada um vai galgar.
De maneira geral, cada terreiro tem suas normativas, mas podemos afirmar que há médiuns não “educados” que frequentam suas assistências, variando o tempo de um terreiro a outro, até que chega o momento em que uma das entidades manifestadas durante o aconselhamento espiritual orienta o neófito quanto à necessidade de ele fazer parte da corrente para “desenvolver” sua mediunidade. Nessas ocasiões, segue-se um esclarecimento mais detalhado das responsabilidades que o “futuro” médium aceitou assumir antes de reencarnar. Nada é um acaso, e os espíritos comprometidos com seus médiuns aguardam pacientemente que eles se firmem, que parem de bater cabeça aqui ou acolá, rolando como pedras montanha abaixo.
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