A música religiosa - PARTE I



*trecho retirado do livro A música na Umbanda, de Sandro Mattos.

A música é utilizada desde os tempos mais remotos como uma forma de contato entre nós, seres humanos, e a divindade, tanto que na própria Bíblia existem muitas passagens que nos mostram isso. Aliás, embora não se possa afirmar que o Homem primitivo se valia desse artifício como elemento religioso, pesquisadores da Universidade de Tübingen encontraram flautas feitas com ossos construídas no período Paleolítico médio (cerca de 35 a 40 mil anos atrás). 

Quando utilizamos uma música para fins religiosos, temos como principal objetivo facilitar o contato entre nós e as esferas do astral. Esta é conhecida como música sacra. Embora esse termo tenha ficado mais conhecido pela música erudita característica da tradição judaico-cristã, outros segmentos religiosos também possuem composições usadas como arte para a transcendência espiritual.



Das flautas e harpas egípcias, passando por tablas indianas, chocalhos e tambores indígenas ou africanos, até chegarmos aos ­modernos instrumentos eletrônicos, a música sagrada sempre esteve presente, seja nos templos abertos em meio à natureza ou em ­ambientes fechados, sejam eles pequenos núcleos ou grandes e ­suntuosos templos, nas mais diversas culturas e sociedades durante todo o transcorrer da história humana. 

O Homem percebeu que, por intermédio do som (simples ou ordenado em escalas), era possível obter uma resposta espiritual, fosse ela “Divina” ou “divinizada”, afinal tal classificação é possibilitada pela associação que se faz entre a crença ou forma de visão que cada religião entende como sendo essa interação. Sabemos que, entre as classes espirituais, encontraremos seres das mais diversas escalas evolutivas, desde a mais decadente às esferas mais iluminadas, como as angelicais, indicando que a música também vibrará em posições diferentes nesse espectro, principalmente quando associada ao sentimento e ao poder da mente.

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